sexta-feira, 22 de abril de 2011



Guilherme de Gales (nascido William Arthur Philip Louis; 21 de junho de 1982), popularmente conhecido como príncipe William[1], é um nobre do Reino Unido, membro da Família Real Britânica, o filho mais velho de Carlos, Príncipe de Gales e da falecida lady Diana, Princesa de Gales. É o segundo na linha de sucessão ao trono britânico e de outros quinze países da Commonwealth. Como filho do príncipe de Gales e neto da rainha Isabel II, o príncipe Guilherme é um membro da Casa de Windsor. Recentemente, graduou-se como um oficial militar pela Real Academia Militar de Sandhurst e deve entrar no regimento de cavalaria Blues and Royals da Household Cavalry do exército britânico, assim como seu irmão, o Príncipe Harry de Gales. Seu nome como oficial militar é "Cadete Gales".

Como um membro da Família Real Britânica, não utiliza nenhum sobrenome oficialmente, mas quando é citado, detém o apelido de família: Mountbatten-Windsor.


O príncipe Guilherme nasceu em 21 de junho de 1982 no Hospital de St. Mary, em Paddington, Londres, Inglaterra. Seu pai é Carlos, Príncipe de Gales, o filho mais velho da rainha Isabel II e do príncipe Filipe, duque de Edimburgo. Sua mãe é a falecida Diana, Princesa de Gales, a filha mais jovem de John Spencer, 8° Conde Spencer e de Frances Shand Kydd. Como é neto de um monarca britânico e filho do príncipe de Gales, seu título completo é Sua Alteza Real, O Príncipe Guilherme de Gales. Quando criança, era afetuosamente chamado por seus pais de Wombat ou de Wills.

Família Real Britânica

SM a Rainha
SAR o Duque de Edimburgo

SAR o Príncipe de Gales
SAR a Duquesa da Cornualha
SAR o Príncipe William de Gales
SAR o Príncipe Harry de Gales
SAR o Duque de Iorque
SAR a Princesa Beatriz de Iorque
SAR a Princesa Eugénia de Iorque
SAR o Conde de Wessex
SAR a Condessa de Wessex
Lady Louise Windsor
Visconde Severn
SAR a Princesa Real

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SAR o Duque de Gloucester
SAR a Duquesa de Gloucester
SAR o Duque de Kent
SAR a Duquesa de Kent
SAR o Príncipe Michael de Kent
SAR a Princesa Michael de Kent
SAR a Princesa Alexandra

v • e

Foi cristianizado no 82º aniversário de sua bisavó, a Rainha Mãe, em 4 de Agosto de 1982, na Sala de Música do Palácio de Buckingham pelo Dr. Robert Runcie, Arcebispo da Cantuária. Seus padrinhos são: o rei Constantino II da Grécia, Laurens van der Post, a Princesa Alexandra de Kent, a Duquesa de Westminster, Lorde Brabourne e Lady Susan Hussey.

Pelo lado familiar de sua mãe e do seu avô materno, o príncipe Guilherme descende do rei Carlos II da Inglaterra e do rei Jaime II da Inglaterra. William, quando se tornar rei, será portanto o primeiro monarca desde Ana da Grã-Bretanha a ser um descendente direto de Carlos I da Inglaterra.

O príncipe tem um irmão, o príncipe Henrique. A segunda esposa de seu pai, Camilla, Duquesa da Cornualha, é sua madrasta e tem dois filhos, Tom Parker Bowles e Laura Lopes, dando a William um meio-irmão e uma meia-irmã.

No dia 1 de Março de 1991, no dia de Saint David, Guilherme fez sua primeira aparição pública oficial durante uma visita a Cardiff, a capital do País de Gales. Depois de chegar por avião, o então príncipe de oito anos de idade foi levado por seus pais para a Catedral de Llandaff. Após conhecer a catedral, ele assinou o livro de visitantes, demonstrando que era canhoto. Fotografias do príncipe durante esta visita estão numa exibição permanente da catedral. Quando ele partiu, muitas crianças de escolas e residentes locais lhe deram presentes, que o príncipe recebeu com um sorriso, sussurrando "obrigado".

Em 3 de Junho de 1991, o príncipe Guilherme foi acertado na testa por um garoto num campo de golfe e foi levado ao Hospital Real de Berkshire. O príncipe não perdeu a consciência, mas sofreu uma fratura no crânio e foi operado em Great Ormond Street Hospital. Uma ligueira cicatriz ainda está visível nos dias de hoje.

Em maio de 1995, o príncipe Guilherme acompanhou sua mãe, seu pai e seu irmão ao Quinquagésimo Aniversário da Vitória Européia, comemoração ocorrida em Hyde Park; também acompanhou sua família no Jubileu da Vitória sobre o Japão em frente ao Palácio de Buckingham.

Desde a infância, o príncipe é um fã da tradicional equipe de futebol Aston Villa FC.

Guilherme já tem sinais evidentes de calvície precoce, mas aparentemente ele não se importa com isso.


EducaçãoO príncipe Guilherme foi educado em escolas privadas no sul da Inglaterra. Em seus primeiros anos, foi um aluno do jardim de infância Mrs Jane Mynors e da escola pré-preparatória Wetherby School, ambas no oeste de Londres. Em 1987, se juntou a Fun With Music, uma aula de apreciação de música conduzida por Ann Rachlin. Então, foi matriculado em Ludgrove School em Berkshire, uma escola preparatória. Depois de passar no exame de admissão, foi para Eton College, também em Berkshire. Enquanto estava lá, estudou geografia, biologia e história da arte, em Advanced Level.

Depois de terminar Eton College e como um crescente número de adolescentes britânicos, o príncipe decidiu fazer o ano sabático (gap year, em inglês) antes do ingresso na universidade. Tomou parte de um treinamento do exército britânico em Belize. Passou o estágio final de seu gap year no sul do Chile como um voluntário da Raleigh International. Fotos do príncipe limpando um toalete foram transmitidas em todo mundo. Trabalhou numa fazenda britânica e posteriormente, visitou países na África. Atualmente, realiza trabalhos beneficentes, assim como seus familiares, em apoio de Sua Majestade, a Rainha Isabel II, sua avó.

Depois de concluido o gap year, em 2001, o príncipe foi aceito na Universidade de St. Andrew em Fife, Escócia, graduando-se em 2005. Começou a estudar história da arte, mas resolveu depois mudar, como matéria principal, para Geografia. Guilherme recebeu o grau escocês de "Mestre das Artes" com honras acima da segunda classe, a façanha academicamente mais alta que mais nenhum outro herdeiro ao trono britânico jamais recebeu. Em St. Andrew, era referido como William Wales.

Em Janeiro de 2006, o príncipe Guilherme começou seu curso de cadete na prestigiada Real Academia Militar de Sandhurst para treinar como um oficial militar. Guilherme juntou-se ao seu irmão, que estava lá desde Maio de 2005.


Guilherme é bastante querido da sua avó, a Rainha Isabel II. Compareceu na Abadia de Westminster, no mesmo ano da morte de Lady Diana, para a celebração do dia de ação de graças às "Bodas de Ouro" da Rainha e do Duque de Edimburgo, em novembro de 1997. Em 2002, foi a compromissos para oficializar o jubileu de ouro de sua avó. Ele toma conta dos seus compromissos, mas acompanha sempre o seu pai em diversas visitas oficiais ao Reino Unido e ao estrangeiro.

Em 2005 realizou suas primeiras tarefas sozinho representando a sua avó, a rainha Elizabeth II, quando visitou a Nova Zelândia, e a Escócia, em julho de 2005. O príncipe também representou a rainha em Greenwich (Inglaterra), Wellington e Auckland em cerimónias comemorativas do fim da Segunda Guerra Mundial.


NamoroGuilherme namora com Kate Middleton desde 2004. Conheceram-se na Universidade de St. Andrew e dividiram um apartamento juntos.

O casal foi visto junto pela primeira vez numa viagem em Klosters-Serneus, onde praticavam esqui, em abril de 2004. Durante o ano de 2005, a mídia começou a desconfiar de um noivado. Naquele ano, acredita-se que ela conheceu a rainha, no Castelo de Balmoral. Elas se reencontraram em outras ocasiões também. Pelo que se sabe, tanto Isabel II como o príncipe de Gales aprovaram Middleton, que é graduada em história da arte. .

A atenção da mídia era tanta que ela era freqüentemente fotografada nas suas saídas diárias. Em 17 de Outubro de 2005, Kate queixou-se para seu advogado sobre a importunação da mídia, dizendo que não tinha feito nada para ganhar publicidade. Em dezembro daquele ano, a revista alemã Das Neue publicou fotos do exterior de seu apartamento em Londres, revelando sua localização. Desde então, ela anda acompanhada de seguranças. O tablóide Evening Standard disse que Guilherme estava pensando em ir a Tribunal Europeu dos Direitos Humanos porque estaria preocupado com sua privacidade e com a de sua namorada.

Em fevereiro de 2006, foi anunciado pelo Departamento de Proteção Diplomática e da Realeza que Middleton receberia segurança de vinte e quatro horas, aumentando as especulações sobre um próximo noivado. Como não foi anunciado, na verdade, nenhum noivado, esse plano de segurança não se efetuou.

No aniversário dos vinte e cinco anos de Kate, em janeiro de 2007, a atenção da mídia cresceu tanto em torno dela, preocupando Guilherme e seu pai, que os advogados de Middleton tomaram uma ação legal. Como conseqüência, os jornais The Guardian e News International decidiram abster-se de publicar fotografias suas tiradas por paparazzi.

Em 15 de Dezembro de 2006, Kate, como convidada oficial real, compareceu na "parada de passagem" de Guilherme na Real Academia Militar de Sandhurst. Segundo o Daily Mail, um tablóide britânico, ela foi convidada pela Rainha para um almoço de Natal. Seria a primeira vez que uma companheira de alguém da realeza compareceria a uma celebração festiva em Sandringham House, perto de Sandringham, Norfolk, caso Middleton aceitasse; no entanto ela preferiu passar o Natal com sua família.

Em dezembro de 2006, "alguém" próximo do palácio disse que Kate Middleton não estava no momento de se preparar para ser uma futura princesa. Embora as especulações da mídia dizem que até o final de 2007 seja oficializado o noivado entre eles, o príncipe Guilherme já declarou que não pensará em casamento até completar, no mínimo, vinte e oito anos.

Após um rompimento em abril de 2007 Guilherme e Kate reataram o namoro. Em 16 de Novembro de 2010, a Casa Real inglesa anunciou o casamento entre os dois, que de acordo com a imprensa internacional, será o maior casamento da corte desde o casamento dos pais do noivo, no início da década de 80.

Formação dos Estados Nacionais


Portugal Primeiro Estado Nacional que surgiu, o reino português conseguiu imprimir um considerável desenvolvimento a partir do século XIII. Clique na figura do Rei português D. Sebastião para conhecer mais sobre o assunto.

Espanha A formação da Espanha está diretamente ligada ao processo de expulsão dos árabes, conhecido como reconquista. Clique na figura da rainha Isabel da Espanha para saber mais sobre o assunto.

França O Estado francês se consolidou após a Guerra de Cem Anos, clique na figura de Luís XIV (rei sol) para conhecer um pouco mais sobre a formação da França. Logo após a Guerra dos Cem anos a Inglaterra enfrentou uma guerra civil conhecida como Guerra das duas rosas. Clique aqui para saber mais sobre o assunto. "Foi também no século XIV que ocorreu na Europa o início do fortalecimento do poder central por meio das monarquias nacionais, apontando para a organização do Estado moderno, O processo de formação desse Estado foi bastante contraditório, tornando difícil sua definição.

Na realidade ele refletia um longo período de transição, em que forças políticas e sociais renovadoras (como a burguesia) pro­curavam seu espaço político e outras lutavam para manter o poder e seus privilégios (nobreza). Para a burguesia, os particularismos europeus dificultavam o desenvolvimento das atividades comerciais e financeiras, na medida em que cada região mantinha pesos, medidas, moedas, tributos, leis e taxas diferenciadas. Logo, de sua parte havia interesse na instituição de um poder unificado, pois isso corresponderia à unificação desses padrões.
O poder centralizado também interessava ao rei, que procurava contra-por-se aos poderes locais e fortalecer-se politicamente para não se submeter à autoridade da Igreja e sua tendência universalista (que impõe sua autoridade considerando o conjunto de suas idéias, convicções e valores como uni­versais, não aceitando outros). Por isso, estabeleceu-se uma aliança entre reis e burguesia, direcionada para a formação das monarquias nacionais.
Para concretizá-la era preciso organizar uma burocracia política e administrativa e um exército nacional, tarefa que seria financiada, por meio de impostos, pelos ricos banqueiros e comerciantes. Eles se tornaram, na prática, patronos do Estado e, em troca, receberam concessões comerciais alfandegárias; sobre­tudo, através das monarquias nacionais, obtinham a legitimação e o zelo da nova ordem sócio-econômica. Contraditoriamente, porém, essa mesma monarquia nacional também favoreceu parcela da aristocracia.

Para a nobreza, que começava a perder seus privilégios com a desestruturação do feudalismo, o Estado centralizado representou uma forma mais ágil e eficiente de se apropriar da riqueza gera­da no campo e no comércio. Ao organizar a máquina burocrática centralizada, o Estado permitiu que a nobreza penetrasse na sua estrutura, ocupando cargos e funções importantes. Dessa forma, parte da aristocracia se beneficiava dos recursos arrecadados e coletados pelo Tesouro real, graças às concessões tributárias dadas pela monarquia; formava, assim, um segmento social parasitário repleto de privilégios.
Essas contradições de um Estado centralizado que se modernizava e beneficiava a burguesia e o rei, ao mesmo tempo que atendia aos interesses da nobreza, chegaram ao limite no interior dos Estados absolutistas (Idade Moderna).

Esse quadro político produziu durante a Idade Moderna inúmeros conflitos, que se resolveriam em parte no século XVIII, com a reação, principalmente, da burguesia; o caso mais exemplar ocorreria na França no final daquele século." nizar a máquina burocrática centralizada, o Estado permitiu que a nobreza penetrasse na sua estrutura, ocupando cargos e funções importantes.Dessa forma, parte da aristocracia se beneficiava dos recursos arrecadados e coletados pelo Tesouro real, graças às concessões tributárias dadas pela monarquia; formava, assim, um segmento social parasitário repleto de privilégios.

Essas contradições de um Estado centralizado que se modernizava e beneficiava a burguesia e o rei, ao mesmo tempo que atendia aos interesses da nobreza, chegaram ao limite no interior dos Estados absolutistas (Idade Moderna). Esse quadro político produziu durante a Idade Moderna inúmeros conflitos, que se resolveriam em parte no século XVIII, com a reação, principalmente, da burguesia; o caso mais exemplar ocorreria na França no final daquele século."

Maquiavel


Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções , porém , o maquiavelismo está associado a idéia de perfídia , a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano."

Assim , hoje em dia , na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa: -"Os fins justificam os meios"- seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. É exatamente isso que vamos fazer.



Painel histórico :

Maquiavel viveu durante a Renascença Italiana , o que explica boa parte das suas idéias.

Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.

Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, o Magnífico, a península experimentou uma certa tranqüilidade.

Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes e desestruturadoras invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel passou a sua infância e adolescência.



Biobibliografia:



Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália "esplendorosa mas infeliz", segundo o historiador Garin. Sua família não mera aristocrática nem rica. Seu pai , advogado como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos, já escrevia no melhor estilo e, em latim.

Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional.

Com a queda de soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. É permitido que se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio , mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima: O Príncipe , segundo alguns , destinado a que se reabilitasse com os aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política.

Maquiavel viveu uma vida tranqüila em S. Cassiano. Pela manhã, ocupava-se com a administração da pequena propriedade onde está confinado. À tarde, jogava cartas numa hospedaria com pessoas simples do povoado. E à noite vestia roupas de cerimônia para conviver, através da leitura com pessoas ilustres do passado, fato que levou algumas pessoas a considerá-lo louco.

A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.

Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.

Mas nem depois de morto, Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que levou-o, desde então a ser objeto de excreção dos moralistas.

Contra-reforma


Reação da Igreja Católica à Reforma Protestante e às pressões internas pela renovação das práticas e da atuação política do clero durante os séculos XVI e XVII. Em 1545, o papa Paulo III (1468-1549) convoca o Concílio de Trento e torna-se o primeiro papa da Contra-Reforma.

Concílio de Trento
Conselho que se reúne várias vezes, entre 1545 e 1563, para assegurar a disciplina eclesiástica e a unidade da fé. Confirma a presença de Cristo na eucaristia e combate a doutrina protestante a respeito dos sacramentos. Regula as obrigações do clero, a contratação de parentes para a Igreja e o excesso de luxo na vida dos religiosos. É instituído o índice de livros proibidos (Index Librorum Prohibitorum) com as obras que os católicos não poderiam ler, sob pena de excomunhão (expulsão da Igreja). O órgão encarregado pela repressão às heresias e aplicação das medidas da Contra-Reforma é a Inquisição. Para efetivar as mudanças, a Igreja cria ou reorganiza ordens religiosas, como a Companhia de Jesus.

Fonte: www.geocities.yahoo.com.br

Contra-Reforma
A situação da igreja católica, em meados do século XVI, era bastante difícil: ela perdera metade da Alemanha, toda a Inglaterra e os países escandinavos; estava em recuo na França, nos Países Baixos, na Áustria, na Boêmia e na Hungria.

A Contra-Reforma, ou Reforma católica, foi uma barreira colocada pela Igreja contra a crescente onda do protestantismo. Para enfrentar as novas doutrinas, a igreja católica lançou mão de uma arma muito antiga:
a Inquisição. O Tribunal da Inquisição foi muito poderoso na Europa nos séculos XIII e XIV, No decorrer do século XV, porém, perdeu sua força. Entretanto, em 1542 este tribunal foi reativado para julgar e perseguir indivíduos acusados de praticar ou difundir as novas doutrinas protestantes.


Morte na fogueira de Savonarola, 1498 Percebendo que os livros e impressos tinham sido muito importantes para a difusão da ideologia protestante, o papado instituiu, em 1564, o Index Libro rum Prohibitorum, uma lista de livros elaborada pelo Santo Ofício, cuja leitura era proibida aos fiéis católicos.


A Igreja perdia adeptos e assistia à contestação
e rejeição de seus dogmas, mas demostrou no Concílio
de Trento que ainda era muito poderosa e tinha capacidade de reação
Estas duas medidas detiveram o avanço do protestantismo, principalmente na Itália, na Espanha e em Portugal.

Para remediar os abusos da Igreja e definir com clareza sua doutrina, organizou-se o Concilio de Trento (1545-1563).

O Concilio tomou uma série de medidas, entre as quais citamos:

Organizou a disciplina do clero: os padres deveriam estudar e formar-se em seminários. Não poderiam ser padres antes dos 25 anos, nem bispos antes dos 30 anos.

Estabeleceu que as crenças católicas poderiam ter dupla origem: as Sagradas Escrituras (Bíblia) ou as tradições transmitidas pela Igreja; apenas esta estava autorizada a interpretar a Bíblia. Mantinham-se os princípios de valia das obras, o culto da Virgem Maria e das imagens.

Reafirmava a infalibilidade do papa e o dogma da transubstanciação.

A conseqüência mais importante deste Concilio foi o fortalecimento da autoridade do papa, que, a partir de então, passou a ter a palavra final sobre os dogmas defendidos pela igreja católica.

A partir da Contra-Reforma surgiram novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, fundada por Ignácio de Loyola em 1534. Os jesuítas se organizaram em moldes quase militares e fortaleceram a posição da Igreja dentro dos países europeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, onde eram educados os filhos das famílias nobres; foram confessores e educadores de várias famílias reais; fundaram colégios e missões para difundir a doutrina católica nas Américas e na Ásia. "

Fonte: www.saberhistoria.hpg.ig.com.br

Contra-Reforma
A Reforma
Em decorrência da reforma protestante, o mundo cristianizado ocidental, até então hegemonicamente católico, viu-se dividido entre cristãos católicos e cristãos não mais alinhados com as diretrizes de Roma[6]. O catolicismo havia perdido terreno, deixando de ser a religião oficial de muitos estados da Europa e, consequentemente, o mesmo ameçava se repetir nas novas colônias do Novo Mundo. Nesse contexto, surgiu a necessidade de reformas na igreja católica, a fim de e reestruturá-la e barrar o avanço protestante[3].

De acordo com Burns a Renascença foi acompanhada de um outro movimento - a Reforma. "Este movimento compreendeu duas fases principais: a Revolução Protestante, que irrompeu em 1517 e levou a maior parte da Europa setentrional a separar-se da igreja romana, e a Reforma Católica, que alcançou o auge em 1560. Embora a última não seja qualificada de revolução, na verdade o foi em quase todos os sentidos do termo, pois pareceu que efetuou uma alteração profunda em alguns dos característicos mais notáveis do catolicismo da Idade Média."[7] Acontecimentos reformistas foram o V Concílio de Latrão, os sermões reformistas de Juan Colet, a publicação do Consilium de Emendanda Ecclesia de Gasparo Contarini e a fundação do Oratório do Amor Divino. [8]

Primórdios da Reforma Católica
Em 31 de Outubro de 1517 Lutero publicou em Wittemberg as suas Noventa e cinco teses contra as indulgências, dentre estas 95 teses um ou dois argumentos eram contra a crença de que se faria o perdão dos pecados mediante o pagamento de determinada quantia, defendendo que só Deus pode perdoar o homem.

Em 1519 este monge católico foi acusado de heresias que tinha publicado, foi alertado pelas autoridades Vaticanas o ameaçaram e o mandaram retratar-se perante o príncipe, e em acto de rebeldia, negou-se, sendo então excomungado. Todas as igrejas que estavam insatisfeitas com a liturgia e a tradição católica-romana no ocidente passaram a ser designadas de igrejas protestantes, pois na Dieta de Worms os príncipes alemães protestaram para que o Imperador Carlos V permitisse que eles professassem suas fés.

"Já na segunda metade do século XV, tudo o que havia de mais representativo entre os católicos, todos os que tinham verdadeiramente consciência da situação, reclamavam a reforma, por vezes num tom de violência feroz, e mais freqüentemente como um ato de fé nos destinos eternos da 'Ecclesia Mater'." (Rops)[5] A Espanha sobressaiu-se como vanguarda da Reforma Católica. "Na Espanha durante os últimos anos do século XV, uma revivescência religiosa iniciada pelo Cardeal Cisneros agitou profundamente o país. (...) Também na Itália, desde o início do século XVI, um grupo de clérigos fervorosos vinha trabalhando para tornar os sacerdotes da sua igreja mais dignos da missão." [9]

Os reis católicos consideraram a reforma eclesiástica como uma parte essencial da restauração do estado, que norteou a sua política. o cardeal Cisneros reformou os franciscanos com São Pedro de Alcântara e a vida monástica, notadamente a dos beneditinos, a Universidade de Alcalá, por ele fundada, foi um grande centro de estudos teológicos e humanísticos e fez publicar a célebre Bíblia Poliglota Complutense.

A obra de renovação espiritual do clero e do povo levada a efeito por São João de Ávila constitui um capítulo à parte na história religiosa do século XVI. Santa Teresa de Ávila reformou a Ordem do Carmelo e São João da Cruz estendeu a reforma aos frades carmelitas.

A mais importante fundação religiosa, no entanto, neste século foi a da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola; quando o seu fundador morreu esta ordem contava com mais de mil membros e meio século depois com 13.000. Os jesuítas prestaram o mais relevante serviço ao Pontificado no trabalho da Reforma Católica com as suas missões, a formação do clero e a educação da juventude, na propagação da fé católica e no ensino da sua doutrina. Segundo Burns, deveu-se em grande parte ao trabalho da Companhia de Jesus "o fato de a Igreja Católica ter recuperado muito de sua força a despeito da secessão protestante."[10]

Também na Itália davam-se inquietações por uma renovação cristã. Surgiu a Ordem dos Teatinos (1524), a Ordem dos Barnabitas (1534), os somascos o Oratório do Amor Divino e o trabalho de Caetano de Thiene e de João Caraffa. Na Itália surgiram também os Capuchinhos como um novo tronco dos Franciscanos, alcançando grande popularidade pela austeridade de vida e dedicação ao ensino.

Apogeu da Reforma Católica
O auge da reforma católica se deu com os papas reformistas. O primeiro deles foi Adriano VI, sucedeu-lhe Clemente VII com um governo de nove anos. Os papas Paulo III, Paulo IV, Pio V e Sixto V cobriram um período que vai de 1534 a 1590, foram os mais zelosos reformistas que presidiram a Santa Sé desde Gregório VII [11]

As finanças da Igreja foram reorganizadas e os cargos foram ocupados por padres e religiosos de reconhecida fama de disciplina e austeridade e foram rigorosos com os clérigos que persistiam no vício e no ócio. A ação dos papas reformistas foi completada com a convocação do Concílio que se reuniu na cidade de Trento.

O Concílio de Trento
O acontecimento central da Reforma Católica foi a convocação do Concílio. O Papa Paulo III reuniu os representantes máximos da Igreja no Concílio de Trento (entre 1545 e 1563), onde foram reafirmados os princípios da Igreja Católica.

No campo doutrinal o Concílio reafirmou, sem exceção, os dogmas atacados pela Reforma Protestante, declarou-se antes de tudo que: 1) a Revelação divina se transmite pela Sagrada Escritura, mas esta Sagrada Escritura abaixo da Tradição da Igreja, e a palavra do Papa é tida como infalivel acima das Escrituras Sagradas e que estas devem ser interpretadas pelo Magistério da Igreja e pela Tradição. 2) O Concílio, ainda, enfrentou o tema chave da questão da "justificação" e, contra as teologias luterana e calvinista, ensinou e declarou que a Salvação vem pelas Obras e o perdão pelas penitências 3) Definiu-se ser verdade também a doutrina dos sete Sacramentos e as notas próprias de cada um deles.

O Concílio confirmou, como elementos essenciais da religião católica,como verdades absolutas (dogmas) a transubstanciação, a sucessão apostólica, a crença no purgatório, a comunhão dos santos e reafirmou-se o primado e autoridade do Papa como sucessor de São Pedro contudo não reconheceu o erro de vender indulgências e o considerou como certo.

No campo disciplinar procurou-se com empenho a por fim nos abusos existentes no clero, confirmou o celibato clerical e religioso, melhorou-se substancialmente a sua formação intelectual e cultural e mas não exigiu-se uma elevada moralidade e espiritualidade dos seus integrantes pois não existe relatos de punições para os seus subordinados os mesmo poderiam ser punidos se aceitasse a fé protestante.

Obrigou-se aos párocos a ensinar a catequese às crianças e a dar doutrina e instrução religiosa aos fiéis. Os habitantes de terras descobertas, foram catequizados através da ação dos jesuítas. Retomou-se o Tribunal do Santo Ofício e Inquisição: para punir e condenar os acusados de heresias e todos os outros que não aceitassem a autoridade da igreja romana.

O pós-Concílio
O período que se seguiu ao Concílio de Trento foi marcado por uma grande renovação da vida católica. A reforma fundada nos decretos e nas constituições tridentinas foi levada a efeito pelos papas que se sucederam. Foi criado o "Index Librorium Proibitorium" ( Índice de Livros Proibidos ) para evitar a propagação de idéias contrárias à fé da Igreja Católica. Todos estes livros proibidos eram queimados, a Igreja Católica proibiu-os de ser lidos, porque os livros que continham principalmente feitiçaria davam medo. Publicou-se uma Catecismo Romano, um Missal e um Breviário por ordem de São Pio V.

O espírito tridentino deu oportunidade ao surgimento de bispos exemplares como São Carlos Borromeu, zeloso arcebispo de Milão. São Filipe de Néri contribuiu para a renovação do espírito cristão da Cúria Romana, São José de Calassanz fundou as Escolas Pias e desenvolveu abnegada atividade de formação da juventude entre as classes populares e São Francisco de Sales difundiu a piedade pessoal - a vida devota - entre os leigos que viviam no meio do mundo.

Também são fruto e conseqëncia da Reforma Católica levada a efeito pelo Concílio a renovação da arte sacra cristã, com o surgimento do Barroco que é o estilo artístico da Reforma Católica. Portugal e Espanha levaram a fé católica para além-mar. Hoje os católicos da América Latina e das Filipinas constituem a grande reserva demográfica da Igreja e do Cristianismo. Em 1622 foi criada a Congregação de Propaganda Fide.

Na esteira da dinâmica tridentina, por iniciativa de São Pio V, organizou-se a "Santa Liga" que levou a cabo uma autêntica Cruzada contra os turcos otomanos que os derrotou na famosa batalha de Lepanto sob o comando de João de Áustria. Pela ação de missionários como São Francisco de Sales obteve-se a reconquista religiosa de uma porção importante dos povos do centro europeu, e ainda na Áustria, na Baviera, na Polônia, na Boécia e na Ucrânia.

A cisão cristã definitiva, entretanto, se deu com o final da Guerra dos Trinta Anos e com a paz de Vestfália, com ela o avanço da reconquista católica na Alemanha ficou bloqueado, ali estabeleceu-se o princípio cuius regio eius religio, cada um siga a religião de seu Príncipe, o que consagrou a fragmentação religiosa germânica num povo dividido em mais de trezentos principados e cidades.

Referências
1 Reação da Igreja Católica Romana – a Contra Reforma
2 Reforma Protestante e Contra-Reforma
3 3,0 3,1 Salesiano A Reforma Protestante e a Contra-Reforma (ou Reforma Católica)
4 4,0 4,1 MacNall Burns, bibl. cit. pg.477-481.
5 5,0 5,1 Daniel-Rops, bibl. cit. vol. V(II) pg. 7-9
6 A Contra-Reforma
7 MacNall Burns, bibl. cit. pg. 449
8 G. Battelli no Dizionario di Storiografia online, afirma que a maioria dos historiógrafos católicos e protestantes, hoje distinguem claramente a "Reforma católica" da "Contra-reforma", o primeiro deles, no final do século XIX, foi o protestante Maurenbrecher: L'Idea di Riforma Cattolica. A bilanciare sul piano storiografico tale tendenza intervenne alla fine dell'Ottocento lo storico protestante W. Maurenbrecher, che nella sua Geschichte der Katholischen Reformation (1880; Storia della Riforma cattolica), riprese l'analisi dei tentativi di riforma effettuati in area cattolica prima del sorgere della «protesta luterana» per concludere, con prevalente riferimento al caso della Spagna, che era realmente esistita una tendenza in tal senso, che essa risultava del tutto autonoma rispetto al cammino percorso dalla riforma protestante, e (differenziandosi in questa lettura dalle tesi di Ranke) che essa andava individuata sotto la categoria di riforma cattolica. Dizionario di Storiografia (em italiano)
9 MacNall Burns, bibl. cit. pg.477-478
10 pg. 481, op.cit.
11 MacNall Burns, bibl. cit. pg. 478.

Bibliografia

DANIEL-ROPS. A Igreja da Renascença e da Reforma. (Tradução de Emérico da Gama). São Paulo: Quadrante, 1999, vol. V (I e II). (Título original francês: L'Église de la Renaissance et de la Réforme. (II) Une ère de renouveau: La réforme catholique. Pub. Lib. Arthème Fayard, Paris).
MAcNALL BURNS, Edward. História da Civilização Ocidental. (Tradução de Lourival Gomes Machado, Lourdes Santos Machado e Leonel Vallandro). Porto Alegre: Editora Globo, 1972, 2ª. edição. (Título original da edição norte-americana: Western Civilizations, Their History and Their Culture. W. W. Norton & Co. Inc., N. York).
ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Tradução de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993. ISBN: 972-51-0046-8
PIERRARD, Pierre. História da Igreja. (Tradução de Álvaro Cunha; revisão de Luiz João Gaio). São Paulo: Paulus, 1982. (Título original da edição francesa: Histoire de l'Eglise Catholique. Desclée & Cie. Paris, 1978)
WOHL, Louis de. Fundada sobre a rocha, história breve da Igreja. Tradução de Teresa Jalles - Lisboa: Rei do Livros, 1993.

Fonte: pt.wikipedia.org

Martim Lutero


Nascido a 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben/Alemanha, Martim Lutero foi filho de uma família de mineiros pobres. Estudou filosofia e direito e no ano de 1505 entrou para a Ordem dos Agostinianos. Tornou-se monge, sendo ordenado sacerdote no ano de 1507. Defendeu tese de doutoramento em teologia no ano de 1512. Leciona na cidade de Wittenberg, onde desencadeia, a partir de um estudo acurado das Sagradas Escrituras, um movimento que modificará profundamente o cenário eclesiástico ocidental.


Em 1517 publica 95 teses em que preconiza reformas no interior da Igreja Católica. Não encontrou acolhida para as suas propostas, sendo excomungado no ano de 1521. Proscrito pelas autoridades, acabou sendo sequestrado por simpatizantes de suas idéias.

Redige pequenos livretos e traduz a Bíblia para a língua alemã. Suas teses encontram eco e se espalham rapidamente graças à imprensa. Suas idéias são propagadas e desencadeia-se um movimento reformador em vários países europeus. Outros simpatizantes lideram iniciativas semelhantes na Suiça e na França.

Graças a uma conjuntura política favorável, Martim Lutero consegue ser porta-voz de anseios mudancistas existentes na sociedade da época. Casa-se com Catarina de Bora no ano de 1525, abrindo mão de seu voto de celibato.


Pregador brilhante e estudioso exemplar da Bíblia, pronuncia-se acerca de temas que agitavam a sociedade alemã e européia.


A tradução da Bíblia permite que milhares de pessoas tenham acesso ao texto sagrado. Edita um pequeno catecismo para que os pais possam ensinar a seus filhos as bases da fé cristã.


Defende e reivindica junto às autoridades a construção de escolas para rapazes e moças. Músico, compõe inúmeros hinos com melodias e ritmos populares que se tornam verdadeiras prédicas evangélicas.

Denuncia as injustiças sociais e cobra das autoridades mudanças na ordem econômica e social.


Sua morte ocorreu em 1546 quando o movimento de ruptura com a Igreja Católica Romana havia acontecido irremediavelmente.

História dos Incas


A Civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram conquistados e dominados pelos espanhóis no ano de 1532.

Governo
O imperador, conhecido por Sapa Inca, era considerado um deus na Terra. A sociedade era extremamente hierarquizada e formada por: nobres ( governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.

Cultura Inca
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.

Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.

A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti ). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).

Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.

Para saber mais:

- Baudin, Louis - A vida quotidiana no tempo dos últimos Incas, Edições "livros do Brasil", Lisboa, s/d.
- Galeano, Eduardo - As veias abertas da América Latina, Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1978
- Séjouné, Laurette - América Latina I: antiguas culturas precolombianas Siglo XXI, México, 1978, 8ª ed.
- Wasserman, Claudia (coordenação) - História da América Latina: cinco séculos, Editora da Universidade Federal do RG do Sul, P. Alegre, 1996

História dos Astecas


Povo dedicado à guerra, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa área de pântanos, próxima do lago Texcoco.

Sociedade asteca

A sociedade era hierarquizada (dividida em camadas bem definidas) e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).

Montezuma

Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região.

Agricultura

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.

Artes, religião e arte asteca

O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.

Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

Para saber mais:

- SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.
- SOUSTELLE, Jacques - Os astecas na véspera da conquista espanhola. São Paulo, Companhia das letras,1990.
- LEÓN-POTILLA, Miguel - A visão dos vencidos. A tragédia narrada pelos astecas. Porto Alegre, LPM, Editores, 1985.
- RICARD, Robert - La conquista espiritual de México. México, Fondo de Cultura

História dos Maias


A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do atual México). Este povo nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.

Organização e sociedade

Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses no Planeta Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

Economia e agricultura

A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

Religião

A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.

Escrita

Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.

Matemática maia

Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.

Para saber mais (livros):

- ANNEQUIN, Guy. Religião e Ciência entre os Maias. In: A Civilização dos Maias. Rio de Janeiro: Otto Pierre Editores, 1977.
- DANIKEN, Erich von. O que teria acontecido em 11 de Agosto de 3114 a.C.?. In: O dia em que os deuses chegaram. São Paulo: Círculo do Livro, 1986.

História da América


O continente americano pode ser compreendido como um local marcado por duas histórias. A primeira delas, ainda pouco explorada, remete-se à compreensão da trajetória dos povos que habitaram e formaram as diversas civilizações e constituíram as primeiras civilizações no continente. A segunda, tardia e ao mesmo tempo majoritária, fala de um local descoberto pelo espírito empreendedor dos europeus que “descobriram” as terras americanas no final do século XV.

A partir desse momento de encontro e conflito entre culturas – que ao longo do tempo envolveu europeus, índios e africanos – a identidade do continente americano tornou-se uma grande resposta sem conclusão. Vários projetos e movimentos intelectuais tentaram redigir uma proposta final capaz de trazer um espírito de comunhão ao tão extenso continente. Entre a europeização, o nativismo e a mestiçagem, os debates ainda tentam refletir a condição do americano e sua história.

O chamado “passado colonial” parece justificar diversas questões do presente. A subordinação sócio-econômica, a miséria, a violência e a corrupção são traços de uma perspectiva que traz a subordinação como condição constante nas diversas questões que envolvem o povo americano. No entanto, outros historiadores e filósofos procuram superar esse passado construído a partir de um olhar um pouco mais sensível à forma que conseguimos responder as nossas experiências e desafios.

Recentes pesquisas apontam o continente americano enquanto um espaço culturalmente híbrido. Em certa medida, formamos um caráter próprio de nossos hábitos e instituições. Sem amenizar os problemas enfrentados, essa nova corrente de compreensão histórica abandona a idéia sobre a presença de um “passado colonial” para pensar que o continente americano possui problemas e soluções elaborados de forma autônoma. Dessa forma, a América é um local único que não encerra sua dinâmica histórica na imitação do europeu civilizado ou na pureza do nativo libertado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reunião da Diretoria


No dia 14 de abril de 2011 reuni-se a diretoria da Anpuh para deliberar sobre a programação do XXVI Simpósio Nacional de História. Discutiu-se ainda propostas de mudanças no Estatuto da entidade e a elaboração do Regimento Interno, previsto no Estatuto, mas jamais implementado. O professor Benito Bisso ficou responsável de elaborar as propostas definitivas para envio aos associados com antecedência, pois tais matérias serão objeto de deliberação na Assembléia Geral quando do XXVI Simpósio Nacional de História. Tratou-se ainda do processo eleitoral para a escolha dos futuros dirigentes da entidade para o biênio (agosto 2011 a julho 2013), do andamento das atividades previstas para as comemorações dos cinqüenta anos da entidade e das publicações da Revista Brasileira de História e História Hoje.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mercantilismo


Mercantilismo é o conjunto de práticas e idéias econômicas desenvolvidas na Europa entre os séculos XV e XVIII, o nome mercantilismo foi criado pelo economista Adam Smith em 1776.

O mercantilismo tinha por objetivo fortalecer o Estado e enriquecer a burguesia, para isso, era preciso ampliar a economia para dar mais lucro afim de que a população pudesse pagar mais impostos. Consideravam que a exportação (na linguagem de hoje) é que traria riquezas e vantagens e assim começou uma competição comercial. Ocorreu então o metalismo, que era o acumulo de moedas dentro do país e isso era considerado um sinal de que o objetivo havia sido alcançado. O único recurso encontrado então foi aplicar uma balança comercial favorável para manter o equilíbrio monetário que para eles era exportar mais e importar menos.

O Estado teve que tomar medidas para desenvolver o monopólio já que este era aplicado com dificuldade.

O Estado percebeu que o acumulo de riquezas se dava mais por operações mercantis e então condicionou todas as necessidades do comércio exterior.

Havia vários tipos de mercantilismo onde podemos destacar os principais:

• Metalismo - também chamado de bulionismo, que quantificava a riqueza de acordo com a quantidade de metais preciosos possuídos.

• Colbertismo – também chamado de mercantilismo industrial, que visava abastecer o mercado brasileiro e diminuir as importações de outros países europeus.

• Mercantilismo Comercial e Marítimo – baseava-se na teoria de comprar barato e vender caro.

Absolutismo


Absolutismo, sistema político no qual se confere todo o poder a apenas um indivíduo ou a um grupo. Atualmente, o termo é geralmente associado ao governo de um ditador. É considerado o pólo oposto ao governo constitucional dos sistemas democráticos.
O desenvolvimento do absolutismo moderno começou com o nascimento dos Estados nacionais europeus no final do século XV e se prolongou durante mais de 200 anos. O melhor exemplo que se tem dele é o reinado de Luís XIV. Sua declaração “o Estado sou eu” resume com precisão o conceito do direito divino dos reis.

Feudalismo


O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média.

Segundo o teórico escocês do Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa. Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei lhas dava. Os camponeses cuidavam da agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito a uma gleba de terra para morar, além da proteção contra ataques bárbaros. Quando os servos iam para o manso senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio, exceto quando para lá se dirigiam a fim de cuidar das terras do Senhor Feudal.
O feudalismo tem suas origens no século IV a partir das invasões germânica (bárbaras) ao Império Romano do Ocidente (Europa).

As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e sem comércio, onde predomina a troca (escambo).

Tudo isso só será modificado com os primeiros indícios das Revoluções Burguesas.

Origem do FeudalismoCom a decadência e a destruição do Império Romano do Ocidente, por volta do século V d.C. (de 401 a 500), em decorrência das inúmeras invasões dos povos bárbaros e das péssimas políticas econômicas dos imperadores romanos, várias regiões da Europa passaram a apresentar baixa densidade populacional e ínfimo desenvolvimento urbano.

O esfacelamento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras, ocorridas em diversas regiões da Europa, favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e sociais que vão sendo introduzidas e que alteraram completamente o sistema de propriedade e de produção característicos da Antiguidade principalmente na Europa Ocidental. Essas mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social que veio a se chamar Feudalismo. O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.), porque este sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa histórica (mais precisamente, durante o início do século IV), consolidando-se definitivamente ao término do Império Carolíngio, no século IX d.C.

Em suma, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses (com medo de serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários povos bárbaros dominando a Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres romanos, que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais ocorridas nesse meio-tempo, começou a surgir uma nova organização econômica e política: o feudalismo.

SociedadeA sociedade feudal era composta por três estamentos (mesmo que grupos sociais com status praticamente fixo, não se pode dizer que a mudança de classe social não existia, pois alguns camponeses tornavam-se padres e passavam a integrar o baixo clero, por exemplo, mas essa mudança era rara e um servo dificilmente ascenderia à outra posição): os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero (religiosos, oratores), e os servos (mão de obra, laboratores). O que determinava o status social era o nascimento. Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doa um feudo para um outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção, de mobilidade).

O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas.
A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e trabalho. Por sua vez, os nobres, para obterem a posse do feudo faziam o mesmo juramento aos reis.
Os Vassalos oferecem ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Economia e prosperidadeA produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência.

A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, em cujo interior se erigia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda o manso comunal, constituído por terras coletivas - pastos e bosques - , usadas tanto pelo senhor quanto pelos servos.

Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.

Para o economista anarco-capitalista Hans Hermann Hoppe, como os feudos são supostamente propriedade do Estado (neste caso, representado pelos senhores feudais), o feudalismo é, consequentemente, considerado por ele como sendo uma forma de manifestação socialista - o socialismo aristocrático (servismo).

Tributos e impostos da épocaAs principais obrigações dos servos consistiam em:

Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias da semana;
Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um terço da produção;
Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes;
Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local;
Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;
Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre;
Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do nobre iria casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano. No sul da França, especificamente, o Senhor poderia ou não determinar que a noite de núpcias de uma serva seria para o usufruto dele próprio e não do marido oficial. Tal fato era incomum no restante da Europa, pois a igreja o combatia com veemência;
Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai ou da família;
Albermagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.
Muitas cidades europeias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do predomínio dos nobres. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os "burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam frequentemente o apoio dos reis que, muitas vezes, estavam em conflito com os nobres. Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei ("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se que certa vez um servo escapou da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao tentar reagir, ordenando que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos "burgueses" e obrigado a sair da cidade. Desta maneira, o servo em questão tornou-se livre.

Iluminismo


Introdução

Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.

Os ideais iluministas

Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.

Século das Luzes

A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.

Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.

Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.

No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.

Principais filósofos iluministas

Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.

sábado, 16 de abril de 2011

História Moderna


A História Moderna é um período da História do Ocidente situada entre a Idade Média e a História Contemporânea.

A divisão tradicional que se faz da história em períodos é algo que deve ser relativizado. A base para todos os períodos são os fatos ocorridos em relação ao continente Europeu, o que não leva em consideração a existência de grandiosas e organizadas civilizações em outros lugares do mundo antes do contato com os Europeus. Desta forma, África e América, por exemplo, parecem ser continentes inabitados até a chegada dos europeus, o que não representa a verdade. Por isso, hoje, a idéia é dividir a história por eixos temáticos, capazes de englobar a humanidade como um todo.

A História Moderna é tradicionalmente reconhecida pelos historiadores como iniciada em 1473, em decorrência da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Este evento abriria as portas para uma série de ocasiões inovadoras e típicas de um novo tempo, diverso do Medieval. Todavia, as várias correntes da historiografia colocam em questão tal data, existem argumentos que antecipam ou atrasam o início da era Moderna.

O fato é que a História Moderna representa um período de diversificação dos costumes e das tradições medievais. As relações humanas e as formas de interpretar o mundo se alteram. O novo período oferece novas reflexões e recupera a grandiosa cultura da Antiguidade.

Naturalmente, a história da humanidade não se altera com a ocorrência de um evento apenas. A História Moderna é fruto de inovações que começaram a se desenvolver ainda durante a Idade Média. A fase final deste período viu crescer o comércio através das feiras, das Cruzadas e dos Burgos. O renascimento do comércio fez nascer uma nova classe social: os burgueses. Estes seriam os homens que conduziriam as alterações sociais no novo período através do desenvolvimento do nascente capitalismo.

O extraordinário desenvolvimento do comércio a partir do século XV desencadeou a substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista. Nos trilhos da História Moderna, pode destacar como características: as Grandes Navegações, o Renascimento, a Reforma e a Contra-Reforma e o Absolutismo.

As Grandes Navegações ampliaram os horizontes comerciais da humanidade. Através delas, novos continentes entraram na rota do comércio, o qual teve seu eixo transferido do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.

O Renascimento proporcionou a retomada da cultura grego-latina, que passou a representar um momento de apogeu cultural da humanidade ofuscado pelo período medieval. A retomada da cultura fez o homem alterar seus conceitos de interpretação do mundo, germinando novos questionamentos.

A Reforma Protestante colocou em xeque a soberania religiosa da Igreja Católica, abrindo caminho para novas vias do cristianismo. Foi acompanhada pela Contra-Reforma Católica como tentativa de dinamizar suas ações e garantir seu rebanho de fieis em meio a nova oferta religiosa.

O Absolutismo caracterizou a História Moderna como o período dos grandes reis. Foi elemento constituinte dos Estados Nacionais Modernos que estabeleceram novos padrões políticos na humanidade com a unificação dos primeiros países. O Absolutismo concedia uma posição de grande importância social e política para os reis, que eram encarados também como representantes de Deus na Terra.

A Idade Moderna é um período de retomada de valores culturais e grande ampliação dos mesmos. É também a época do nascedouro do capitalismo, o que introduziu significativas mudanças na humanidade. A História Moderna é identificada pelos historiadores como limitada pela Revolução Francesa, o que iniciaria uma nova fase da humanidade, a História Contemporânea.

Barroco


O tempo barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.

Mesmo considerando o Barroco o primeiro estilo de época da literatura brasileira e Gregório de Matos o primeiro poeta efetivamente brasileiro, com sentimento nativista manifesto, na realidade ainda não se pode isolar a Colônia da Metrópole. Ou, como afirma Alfredo Bosi: "No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetiram motivos e formas do barroquismo ibérico e italiano". Além disso, os dois principais autores Pe. Antônio Vieira e Gregório de Matos tiveram suas vidas divididas entre Portugal e Brasil. Por essas razões, neste capítulo não separaremos as manifestações barrocas de Portugal e do Brasil.

Em Portugal, o Barroco ou Seiscentismo tem seu início em 1580 com a unificação da Península Ibérica, o que acarretará um forte domínio espanhol em todas as atividades, daí o nome Escola Espanhola, também dado ao Barroco lusitano. O Seiscentismo se estenderá até 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, já em pleno governo do Marquês de Pombal, aberto aos novos ares da ideologia liberal burguesa iluminista, que caracterizará a segunda metade do século XVIII.




No Brasil, o Barroco tem seu marco inicial em 1601 com a publicação do poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira, que introduz definitivamente o modelo da poesia camoniana em nossa literatura. Estende-se por todo o século XVII e início do século XVIII. O final do Barroco brasileiro só se concretizou em 1768, com a fundação da Arcádia Ultramarina e com a publicação do livro Obras, de Cláudio Manuel da Costa. No entanto, já a partir de 1724, com a fundação da Academia Brasílica dos Esquecidos, o movimento academicista ganhava corpo, assinalando a decadência dos valores defendidos pelo Barroso e a ascensão do movimento árcade.



Momento histórico

Se o início do século XVI, notadamente seus primeiros 25 anos, pode ser considerado o período áureo de Portugal, não é menos verdade que os 25 últimos anos desse mesmo século podem ser considerados o período mais negro de sua história.

O comércio e a expansão do império ultramarino levaram Portugal a conhecer uma grandeza aparente. Ao mesmo tempo que Lisboa era considerada a capital mundial da pimenta, a agricultura lusa era abandonada. As colônias, principalmente o Brasil, não deram a Portugal riquezas imediatas; com a decadência do comércio das especiarias orientais observa-se o declínio da economia portuguesa. Paralelamente, Portugal vive uma crise dinástica: em 1578, levando adiante o sonho megalomaníaco de transformar Portugal novamente num grande império, D. Sebastião desaparece em Alcácer-Quibir, na África; dois anos depois, Filipe II da Espanha consolida a unificação da Península Ibérica tal situação permaneceria até 1640, quando ocorre a Restauração (Portugal recupera sua autonomia).

A perda da autonomia e o desaparecimento de D. Sebastião originam em Portugal o mito do Sebastianismo (crença segundo a qual D. Sebastião voltaria e transformaria Portugal no Quinto Império). O mais ilustre sebastianista foi sem dúvida o Pe. Antônio Vieira, que aproveitou a crença surgida nas "trovas" de um sapateiro chamado Gonçalo Anes Bandarra.

A unificação da Península veio favorecer a luta conduzida pela Companhia de Jesus em nome da Contra-Reforma: o ensino passa a ser quase um monopólio dos jesuítas e a censura eclesiástica torna-se um obstáculo a qualquer avanço no campo científico-cultural. Enquanto a Europa conhecia um período de efervescência no campo científico, com as pesquisas e descobertas de Francis Bacon, Galileu, Kepler e Newton, a Península Ibérica era um reduto da cultura medieval.

Com o Concílio de Trento (1545-1563), o Cristianismo se divide. De um lado os estados protestantes (seguidores de Lutero introdutor da Reforma) que propagavam o "espírito científico", o racionalismo clássico, a liberdade de expressão e pensamento. De outro, os redutos católicos (a Contra-Reforma) que seguiam uma mentalidade mais estreita, marcada pela Inquisição (na verdade uma espécie de censura) e pelo teocentrismo medieval.

É nesse clima que se desenvolve a estética barroca, notadamente nos anos que se seguem ao domínio espanhol, já que a Espanha é o principal foco irradiador do novo estilo.




O quadro brasileiro se completa, no século XVII, com a presença cada vez mais forte dos comerciantes, com as transformações ocorridas no Nordeste em conseqüência das invasões holandesas e, finalmente, com o apogeu e a decadência da cana-de-açúcar.



Caratcterísticas

O estilo barroco nasceu da crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutas religiosas e pela crise econômica vivida em conseqüência da falência do comércio com o Oriente. O homem do Seiscentismo vivia um estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria.

Todo o rebuscamento que aflora na arte barroca é reflexo do dilema, do conflito entre o terreno e o celestial, o homem e Deus (antropocentrismo e teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo renascentista, o material e o espiritual, que tanto atormenta o homem do século XVII. A arte assume, assim, uma tendência sensualista, caracterizada pela busca do detalhe num exagerado rebuscamento formal